10 de dezembro de 2015

Memorável

Verde como a brisa leve,
Azul como a chuva forte,
Na ausência do que permanece,
Mais um dia anoitece.

E no balanço do esquecimento,
A pedra dura é seu acalento,
Chão de cimento,
Lá fora só o relento.

Solidão ou ausência,
A voz de sua consciência,
Na visão dos poetas,
Já o ouviram com frequência.

Agora escuta apenas sua dor,
Sendo frio ou calor,
Nos embalos do amor,
Sua aceitação o negou.

Vermelho como o barulho,
No silêncio, o sussurro,
Espera tua hora,
Que não há de ser agora.

Pulsação daquele sol,
Na semente de girassol,
Escutou o que não diziam,
Naquela tarde vazia.

Se fez então ali,
Uma história de sua vida.
Da qual tão memorável,
Jamais será esquecida.

2 de outubro de 2015

Despedida

[Esse texto foi escrito em um sábado  (08/09/2007)]

Antes de mais nada, aqui escrevo para me despedir, sei que meus problemas não são maiores que os de ninguém, pois cada problema é único. Porém, não sinto mais motivação, continuar é cada dia mais um novo desafio, olhar à sua volta e nessa multidão me sentir sozinho, querer gritar, mas sentir-me sufocado.
Só o que posso é permanecer calado.
Talvez hoje seja apenas mais um péssimo dia em minha vida, do qual não sinto valor algum, prazer? Procuro mas não encontro em mais nada.
Tenho apenas 16 anos, mas é como se a vida me fosse bem mais longa do que já vivi.
Passo tanto tempo querendo apenas um ombro amigo, alguém que me escute quando me sinto perdido, em perigo, mas não encontro ninguém.
E o Deus que dizem existir? Não sei aonde está.
Talvez eu tenha realmente perdido a fé, a esperança de que algo lá em cima exista.
Se existe ou não, hoje serei apenas mais um condenado ao nada.
Às vezes precisamos terminar com algumas coisas antes de seu real fim natural.
Só espero que algo de bom vocês se recordem que eu fiz, acho que a única coisa que me motivaria, seria um elogio.

08/09/2007, talvez essa será a data final de tudo, e quando ler isso, apenas guarde...

[Hoje, 21/05/2011, estou tornando esse texto digital, e o programando para ser postado automaticamente em uma data futura, talvez o blog nem exista mais, ou eu. Enfim, era uma carta que eu iria deixar na minha partida que não deu certo, um dia todos vão poder ler, e não vão entender nada do que eu quis dizer...]

1 de outubro de 2015

Sede

A mudança se faz necessária, porém não se pode apagar o passado, o que está condenado, não pode ser mudado.
Muitos são os odiados, a dor é meu pecado, nem tudo está consumado.
Guardar dentro de mim isso tudo me deixa sufocado, a sede de mudar o que está acabado, destruindo pouco à pouco o que é certo pelos erros cometidos.
Quase sempre sem pensar, mesmo pensando tanto ainda está errado, e mais uma vez se deixa cair ao vício, e o que parecia o fim retorna ao início, meus medos ou vícios.
Como um cão atormentado, caminha ao meu lado, meus demônios que me deixam acordado.
Levanto agora e faço este desabafo, à mim mesmo ficará guardado, talvez um dia compartilhado quando não mais for suportado.
 Outra vez fez tudo errado.

[
23/04/2010 - 03:40am, Uma mente confusa perdida na insônia.]

18 de setembro de 2015

Nada mais

Só mais uma garrafa,
Vazia, agora deitada,
Se encontra com as demais,
Pra não se encher jamais...

Que vez foi esta?
Já não sei mais.
Enquanto houver festa,
Sempre haverá mais.

Deita novamente em seu leito,
Sem saber o que deveria ter feito,
Mas existe um vazio no peito,
Que mais parece um defeito.

Embriaguez, e nada mais...

[16/04/2015 - Um bêbado]